segunda-feira, 26 de novembro de 2007

História do Polo Classic

O Polo Classic surgiu em 1995, na Europa, como a versão sedan do hatchback compacto da Volkswagen. Como uma retenção de custos, ele era nada mais do que um "clone" do espanhol Seat Cordoba, com novos pára-choques, grade, porta-malas e acabamento. De resto, tanto na motorização como na estrutura, era exatamente o mesmo carro.
Comparando-se, o hatchback produzido na Alemanha, ele era diferenciado. A frente era distinta, com um conjunto óptico menor e grade preta com o símbolo Volkswagen no centro. Internamente, o painel era comum ao Hatchback/Sedan/Variant e Seat Cordoba Sedan/Vario/Ibiza. Ao mesmo tempo que no mercado europeu o Hatchback era diferente, na África-do-Sul a versão hatchback foi baseada no Seat Ibiza, chamada de Polo Playa e exclusiva daquele mercado.
Por mais que seja possível pensar que o Seat Ibiza, desta maneira era igual exteriormente ao Volkswagen Polo Hatchback alemão, isso não confere, pois apesar de partilharem a mesma plataforma, o estilo do Polo Classic (Derby em alguns países) e a Variant era idêntico ao Cordoba. Ou seja, a marca alemã não conseguia disfarçar a clonagem feita dos modelos da SEAT.
Em 1996 o Polo Classic começou a ser produzido em regime de CKD (Completely Knocked Down) na Argentina, época em que algumas poucas revistas brasileiras se interessaram em testá-lo. Lembro de que Bob Sharp, então na Auto Esporte, testou o modelo CD (diesel 1.9), completo, e o avaliou positivamente.
Naquela momento, com a geração II AB9 (Gol, Parati e Saveiro), cogitava-se a reestilização do Voyage, o sedan pequeno da marca na época. Entretanto, a Volkswagen não estava preocupada com este segmento, e sim com um segmento superior, representados pelo Logus e Pointer, uma vez que a Autolatina (joint venture Volkswagen e Ford, Logus e Pointer eram montados pela Ford na plataforma do Escort, o Versailles e a Royale na plataforma do Santana pela VW) estava marcada para acabar em 1o. de Janeiro de 1997. Muitas especializadas publicaram que o Polo Classic seria o sucessor natural do Voyage, o que é errado, pois na verdade viria para substituir de uma vez só os modelos montados pela Ford. Isso, de certa forma já piorou a imagem do carro, sendo subestimado antes mesmo do seu lançamento. Infelizmente, a Volkswagen não negava e nem assumia nada sobre a importação dele para o Brasil, e isso permitiu que se divulgasse o que se bem entendesse.
Foi então que, no final de 1996, a imprensa brasileira foi convidada pela VW a ir até a Argentina para conhecer seu mais novo lançamento: o Polo Classic 1.8 Mi, primeira versão a ser importada que teria companhia, mais tarde da motorização 1.6 Mi. Esta, entretanto, acabou sendo preterida para o mercado brasileiro, já que a Volkswagen não queria uma comparação direta ao Ford Escort 1.8 GL básico (este, já o modelo Zetec) e nem ao Fiat Siena 1.6 16v que estava por ser lançado. Em resumo, os manuais do proprietário dos Polo Classic primeiro modelo (1995-2000) cobriam não só a versão 1.8, como também a 1.6. Assim, toda a imprensa pode tirar as impressões do veículo, que viria com 4 portas e direção hidráulica de série, a partir de R$ 20.990,00, um preço competitivo para a época (hoje algo como R$ 27.500,00). A lista de opcionais era escassa, sendo oferecidos apenas vidros/travas/retrovisores elétricos e ar condicionado. Nada de airbags e freios ABS, como na concorrência, e assim ficou por todo o ano de 1997.
Para 1998, a Volkswagen introduzia a série Polo Classic Special. Como diferenciais, eram suprimidos os frisos laterais, aplicadas finalmente rodas de liga leve (iguais às da Parati GL 1.8 Mi), toca-fitas e pela primeira vez coluna de direção ajustável em altura e faróis de neblina o que o carro nunca havia oferecido. Trazia também de série, ar condicionado e trio elétrico, num preço bem convidativo: R$ 23.900,00 (vale lembrar que um Siena com os mesmos opcionais não raro saía por R$ 25.000,00 e um Corsa Sedan, este menor que o Polo Classic, por R$ 24.300,00). Vendeu muito bem sendo uma série especial limitada, a sua versão de linha 1.8 Mi passava a contar com mais um item entre os opcionais: as rodas de liga leve.
Para a linha 1999, a VW decidiu reposicionar o Polo Classic. Os faróis de neblina viraram opcionais juntamente com a coluna de direção regulável e finalmente freios ABS, airbag duplo e teto-solar, o único na categoria com este equipamento. Mas, justamente pela sua imagem de "sucessor de Voyage", o consumidor o viu como um carro muito caro e, também, não tinha a cultura de que segurança é importante, não raro trocando o duplo airbag por um CD Player ("não compro carro pra bater").
Foi neste mesmo ano que a VW reestilizou na Alemanha o Polo hatchback, que recebeu uma dianteira inspirada no nosso Gol Geração III e o painel surgido no pequeno Lupo, cuja plataforma era a mesma do Polo; enquanto o Classic e Variant receberam em sua maioria modificações internas, pois as externas foram irrisórias.

O começo do fim

Na linha 2000, nenhuma alteração. O carro continuava com os mesmos equipamentos, à exceção de que seus rivais estavam ganhando a briga e o Siena passaria por uma reformulação em breve. Foi assim que logo em Agosto, a Volkswagen apresentava a sua linha 2001, com faróis dianteiros de superfícies complexa e lentes lisas de policarbonato englobando faróis e pisca, a mesma tecnologia era usada nos faróis de neblina, lanternas traseiras foram redesenhadas (mas mantendo o mesmo recorte da carroceria), novos frisos laterais mais quadrados, para passar uma impressão mais bojuda do carro, maçanetas externas pintadas na cor do carro e um interior totalmente novo, baseada na reestilização européia de 1999. O painel agora se destacava pelo desenho agradável, recebia um volante de melhor empunhadura e a tão conhecida iluminação azul nos instrumentos. Os bancos ganharam nova padronagem de tecidos (cinza ou bege, dependendo da cor externa) e finalmente, apoios de cabeça traseiros. Na lista de equipamento, um regresso: os vidros traseiros deixavam de ser elétricos, trocados pela arcaica manivela. No entanto, era ofertado um aparelho de CD Player como opcional e o teto-solar (equipamento raro, já que apenas cerca de 30 carros com este opcional foram vendidos) agora tinha acionamento elétrico através de botão giratório, como nos Audis e Volkswagens mais recentes. De resto, da carroceria ao trem de força, era o mesmo. Uma excentricidade dos modelos vendidos em nosso mercado, era a oferta de vidros elétricos traseiros, nos modelos anteriores, atendendo a uma demanda especificamente brasileira, já que não há registro de Polos pelo mundo com esse equipamento.
Como dado curioso, a Volkswagen decidiu montar, no final de 2000, algumas unidades com o motor 1.0 16V do Gol (com 69 cv), mas no Polo eles rendiam 71cv, já que a posição transversal permite um melhor desenho do coletor de escape, posteriormente o propulsor de 1 litro foi ofertado no Seat Ibiza aqui no Brasil. A diferença é que não tinham os frisos laterais, nem airbag, ABS, teto solar, faróis de neblina e rodas de liga leve, mas o bom acabamento continuava. A intenção inicial era brigar com o Siena ELX 1.0, mas a VW não gostou do resultado e os colocou na frota da fábrica, sendo vendidos aos funcionários algum tempo depois. Esses raros modelos são caracterizados pelo logotipo 16V na traseira, ao invés do 1.8.
Em 2002, seu último ano, pouquíssimas unidades foram vendidas, pois era um carro com preço alto devido à sua imagem negativa e nunca foi um grande sucesso comercial, o que explicava a pequena quantidade de interessados no modelo. De diferente, trazia apenas as rodas de liga leve modelo Maresias, idênticas às usadas pela linha Turbo de Gol e Parati.
Quem tem ou teve (que é o meu caso, inclusive, ex proprietário de um 2000 completo, incluindo o teto-solar), garante que é um excelente carro. Quem não teve, nunca viu graça ou prefere dizer que foi mais um mico da VW brasileira. Mas, sem dúvida alguma uma excelente opção no segmento em que se insere, principalmente para aqueles que precisavam de um bom porta-malas mas não abriam mão de conforto, potência, durabilidade e um desempenho dinâmico competente.

Como todo Volkswagen, um carro para toda a vida.

Um comentário:

xenoesvale disse...

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